O
tempo de hoje já não é o mesmo. Tudo nos urge e somos forçados a dar passos largos, aumentar o ritmo das coisas e a se ajustar ao
que nem nos pertence. O tempo de agora obriga a gente ser um tanto
mais do que deveríamos, e cumprir o ofício de tornar-se alguém
para além de nós mesmos. Quase não sei como seguir o arranjo
desses impasses, e por vezes minhas próprias pernas se esvaem diante
dessa confusão moderna. Me torno vulnerável ao caos que nos
atravessa. Quem de nós há de saber como se esquivar desse percurso
ilusório que nos direciona para um abismo dessa gente programada?
Quando há de surgir um momento em que nos remeta à gênese de nossa
existência para recompor o simplório de uma vida? Somos a junção
degradante de uma finitude supérflua onde o que mais vale é o
acúmulo inútil das coisas. E assim todos sobrevivem desvairados na
ideia de que agora são mais vívidos do que antes. Fingem para si
mesmos como se acreditassem nos próprios enganos, mas
apenas
vagam feito
fantasmas
subalternos regidos por uma ordem disciplinária regente do que devem
ou não pregar. Obedecem. Tornam-se eles vítimas das próprias
armadilhas, culpam a si próprios, assolam o pouco que lhes restam. E
seguem na crença de que são sim os donos de uma verdade
inexistente, mas o suficiente para que se perpetuem dissimulados e
insanos.
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