Me restam as palavras. Elas se sucumbem diante deste vazio fúnebre que entorna entre os meus dias. Faço-as minhas companheiras e venho a juntá-las como em retalho, tecendo uma por uma, formando a beleza dos versos que poetizam a cada rima.
Elas se instauram pelas lacunas mórbidas e próprias de minha existência, mas chegam e inundam cada espaço com uma beleza discrepante que possui a arte de desvendar o encanto oculto por entre esses infortúnios.
Revisto-me com os escritos que denunciam a essência de quem o criou. De mim. A cada novo personagem esconde-se um tanto do que eu sou ou já fui um dia. E por mais que os tente encobrir, eu mesma me exponho.
Quem os lê pelos avessos, percebe-os. Por isso costumo dizer que entre as linhas do que escrevo esta a mim mesma.