Sou o caos que habita em mim, sou as saudades que procuram por encontros e os encontros que procuram por saudades.
Sou deserto. Solidão. Espaço inabitado, porém, cheio demais para caber alguma coisa.
Sou o grito do desassossego, o grito que se faz silêncio. O silêncio que se faz som.
Sou desencontro, parto procurando por mim, mas não me encontro. Me perco em cada partida. Sinto saudades minhas.
Sou o segredo guardado nos enclausuros do ser que ainda me resta. Nunca soube o que sou, nunca me interessei em dizer.
Sou o que nunca fui e, fui querendo ser alguma coisa, vivendo na real-idade que me prende e procurando a liberdade que me faça ser.